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A tecnologia tem sido, historicamente, um campo dominado por homens. De acordo com a pesquisa Perfil das Mulheres em TI no Brasil, realizada pela Serasa Experian em 2024, a representação feminina nesse setor é de menos de 0,07% — o que corresponde a 69,8 mil profissionais. Os homens representam 0,33%.
Mesmo que muitas vezes tenham sido apagadas ou pouco reconhecidas, diversas mulheres desempenharam papéis fundamentais no desenvolvimento da tecnologia ao longo da história.
É sobre elas que vamos falar neste artigo. Acompanhe abaixo:
Não é possível falar sobre tecnologia sem mencionar Ada Lovelace, considerada a primeira programadora do mundo. Nascida em 10 de dezembro de 1815, em Londres, Ada era filha do famoso poeta Lord Byron, mas foi incentivada por sua mãe a estudar matemática e lógica desde cedo.
Na vida adulta, colaborou com o matemático Charles Babbage no desenvolvimento da Máquina Analítica, um projeto que pretendia ser o primeiro computador mecânico programável. Embora a tecnologia da época não permitisse a finalização da máquina, Ada percebeu seu potencial além da realização de cálculos matemáticos.
Em 1843, ao traduzir um artigo do matemático italiano Luigi Federico Menabrea, Ada adicionou notas próprias que dobravam o tamanho do material original.
Nessas anotações, ela descreveu um algoritmo para calcular a sequência de Bernoulli, sendo reconhecida postumamente como a criadora do primeiro programa de computador da história.
Quando pensamos em computadores antigos, muitas pessoas imaginam monitores de tubo ou máquinas volumosas. Mas você sabia que o primeiro computador brasileiro foi desenvolvido na década de 1970? E uma das mentes por trás dele foi Edith Ranzini.
Formada em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Edith foi uma das integrantes da equipe que criou o Patinho Feio, o primeiro computador projetado e fabricado no Brasil, em 1972. Sua principal responsabilidade no projeto foi desenvolver o sistema de memória da máquina.
Atualmente, Edith continua atuando na área acadêmica, sendo professora na Poli-USP e na PUC-SP. Seus interesses de pesquisa incluem inteligência artificial, redes neurais e sistemas gráficos.
A inteligência artificial moderna tem um nome: Transformer, a arquitetura por trás de tecnologias como o ChatGPT. E entre os oito cientistas que assinaram o artigo “Attention is All You Need”, publicado pelo Google em 2017, havia apenas uma mulher: Niki Parmar.
Originária da Índia, Niki Parmar trabalhou no Google Brain por quatro anos, onde ajudou a desenvolver o Transformer, um modelo de IA baseado em aprendizado profundo e atenção neural.
Hoje, Niki é cofundadora da Adept AI, uma startup voltada ao desenvolvimento de IA para automação de tarefas.
O Brasil também teve suas pioneiras no campo da tecnologia. Luzia Rennó Moreira, mais conhecida como Sinhá Moreira, foi a responsável por fundar a primeira escola técnica de eletrônica da América Latina, localizada em Santa Rita do Sapucaí (MG).
Nos anos 1950, após estudar na Suíça, ela retornou ao Brasil determinada a transformar sua cidade natal em um polo tecnológico. Seu esforço resultou na criação do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), impulsionando o desenvolvimento de indústrias de tecnologia no Brasil.
Devido à sua iniciativa, Santa Rita do Sapucaí se tornou conhecida como o “Vale da Eletrônica”, um dos maiores polos de tecnologia do país.
Por trás de muitas das linguagens de programação que conhecemos hoje, há a influência de Grace Hopper, uma matemática, almirante da Marinha dos EUA e uma das maiores programadoras do século XX.
Nascida em 1906, Grace estudou matemática em Yale e, em 1940, ingressou no time de cientistas que desenvolveram o UNIVAC I, o primeiro computador comercial dos Estados Unidos.
Um de seus maiores legados foi a criação da linguagem de programação COBOL (Common Business-Oriented Language), projetada para facilitar a programação em empresas e órgãos governamentais.
Além disso, Hopper é creditada pela popularização do termo “bug” na computação. Em 1947, ao analisar uma falha no computador Mark II, ela descobriu que um inseto havia ficado preso nos circuitos da máquina.
Grace Hopper faleceu em 1º de janeiro de 1992. Em sua homenagem, a Nvidia nomeou sua linha de chips de IA “Hopper”.
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